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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Navegantes testa falcão robotizado

Equipamento serve para espantar pássaros e evitar os acidentes aéreos

A superintendência do Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, em Navegantes, terminou ontem uma série de testes com um falcão robotizado. A réplica da ave, direcionada por controle remoto, tem a função de espantar pássaros que colocam em risco as operações de pouso e decolagem. Esta foi a primeira vez que o falcão robô foi usado no Sul do Brasil.

Normalmente, o trabalho de afastar as aves das imediações de aeroportos é feito com predadores treinados, de carne e osso, como gaviões. Colocá-los na função, entretanto, requer licenças ambientais, que podem demorar até seis meses para ser expedidas.

A opção pela ave robô em Navegantes foi em função da urgência: de janeiro a abril deste ano foram registradas 25 colisões com aves no aeroporto. Em todo o ano de 2010 foram 28. Os acidentes envolveram quero-queros, corujas, marrecas e gaviões.

O biólogo Gustavo Trainini explica que as aves se aproximam dos aeroportos porque encontram um espaço gramado, que atrai pequenas presas, e vigilância constante, o que evita a caça:

– Os números de Navegantes inspiram cuidados, especialmente pela posição geográfica do aeroporto, que fica próximo ao rio e ao mar, ambientes em que as aves proliferam e que exigem monitoramento constante.

Técnico da empresa Hayabusa, responsável pelo trabalho com o falcão robô, Trainini passou 60 dias estudando o comportamento das aves do entorno do aeroporto antes de começar os testes, que duraram 10 dias.

O biólogo conta que o robô, produzido em parceria entre universidades da Espanha e da Itália, imita a silhueta de um pássaro grande, o que afasta as aves menores. Depois de alguns dias, elas aprendem que há um predador no local e se afastam.

Aves ameaçam segurança de pousos e decolagens

Os resultados, de acordo com Trainini, foram positivos. A superintendência do aeroporto vai aguardar, agora, um relatório do biólogo, para saber se haverá necessidade de repetir a atividade.

Também será feito um monitoramento, para acompanhar a possível volta das aves.

A colisão de pássaros com aeronaves representa riscos na aviação.

– O pouso e a decolagem são as fases mais perigosas de um voo, e é justo quando a aeronave entra na rota dos pássaros. Com a baixa altitude e a velocidade, qualquer obstáculo pode comprometer a segurança – diz o piloto de aviões e helicópteros Luís Antônio Ribeiro Latorre, que trabalha numa empresa de táxi aéreo.

Conforme Latorre, no caso dos aviões, o pássaro pode ser sugado para dentro de uma das turbinas e provocar estragos na estrutura. O comandante precisa desligar o equipamento e voar com só uma das turbinas. No caso dos helicópteros, as aves podem atingir as hélices e desestabilizar a aeronave.


Diário Catarinense

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