Letras metalizadas na entrada principal do Aeroporto Ministro Victor Konder desenham um título durante muito tempo desejado pelas lideranças de Navegantes e da região: o de internacional. Voos comerciais regulares ligando Vale do Itajaí e Litoral Norte ao mundo deveriam trazer incremento ao turismo de lazer e de negócios. Mas as rotas implantadas após a internacionalização, em 2004, foram canceladas e hoje não há previsão de novas linhas. A sazonalidade da demanda e a infraestrutura do terminal, que está defasada, são empecilhos para que Navegantes alcance voos mais altos.
O interesse em novas linhas, de acordo com a Infraero, deveria partir das próprias companhias. Mas, no momento, não há consulta de viabilidade para implantação de rotas internacionais. A perda reflete principalmente no setor empresarial, que depende da mobilidade para gerar mais negócios.
– O aeroporto tem importância fundamental pela posição estratégica e logística não só de mercadorias, mas de executivos e empresários que vêm e vão para fechar negócios, inclusive internacionais. Tudo o que se pode fazer para nos aproximar dos clientes e aproximá-los de nós é importante – diz o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ronaldo Baumgarten Junior.
De fato, os executivos estão entre os principais frequentadores do aeroporto. Para os que pretendem fechar negócios no Exterior, resta embarcar em Florianópolis ou Curitiba, ou investir em voos fretados (charter). É dos pequenos aviões de aluguel que depende o movimento internacional de Navegantes.
Nos últimos três anos, a quantidade de voos particulares que partiu e veio de outros países passou de 67 para 142. Mas são as riquezas geradas pelos negócios internacionais que mais movimentam o terminal. Apesar de pequeno, o Aeroporto Internacional de Navegantes é o que mais movimenta cargas de importação em Santa Catarina e o 10º no país – em 2010 foram mais de 4 mil toneladas.
As cargas de importação que passam pelo terminal são encomendadas por empresas do Vale com eletroeletrônicos, componentes para a fabricação de telefones, equipamentos usados em transmissão a cabo e insumos das indústrias têxtil e naval, que não chegam pelo ar, mas por terra (veja tabela sobre importação).
– Navegantes poderia transportar mais cargas se houvesse espaço. É a única opção de todo o Vale do Itajaí – afirma Osmar Ricardo Labes, presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas em Santa Catarina (Setcesc).
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