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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Gol compra a Webjet em negócio que chega a R$ 311 milhões.



A Gol, que já tinha adquirido as operações da Varig, anunciou no início da noite desta sexta-feira que acertou a compra de 100% da Webjet, com um desembolso de R$ 96 milhões aos acionistas. Mas, considerando a dívida que será assumida pela Gol, o negócio totaliza R$ 310,7 milhões. Segundo a empresa, a aquisição será feita por meio da VRG Linhas Aéreas, controlada pela Gol.
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr., e o empresário Guilherme Paulus, que comanda a holding GJP Participações, controladora da Webjet, tomaram café da manhã juntos em São Paulo. Depois, foram para o escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, onde estiveram reunidos por horas acertando os detalhes finais do negócio. Uma vez fechado o acordo, Constantino embarcou para Londres, em um voo às 16h15, de férias.
Após as notícias de que a Gol negociava a compra da concorrente, a negociação foi anunciada oficialmente ao mercado em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) às 14h29.
Segundo o GLOBO apurou com um dos executivos envolvidos na transação, o negócio ainda está sujeito à chamada due dilligence, uma espécie de auditoria na situação patrimonial e contábil da Webjet.
Devido aos rumores sobre a aquisição, as ações da Gol dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A ação preferencial (PN, sem direito a voto) da segunda maior companhia áerea do país pulou de uma alta de 1,57% para um avanço de 4,19%, logo após os primeiros rumores da negociação.
Na quinta-feira, as ações da Gol lideraram as baixas do Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa. Os papéis da companhia fecharam na sexta-feira em queda de 3,39%.
A Gol tem atualmente 35,39% do mercado doméstico e a Webjet, 5,16%. Mesmo juntas, elas ainda não passarão a líder no setor, a TAM, que detém 44,43% do mercado doméstico.

Fio da meada

Desde que foi criada em 2005, a Webjet patina no mercado. Não avança na sua participação no setor, em média de 5%, os aviões são antigos, tem o pior índice de pontualidade do país, além de liderar as ações na Justiça contra as companhias aéreas. Como a empresa tem capital fechado, não há números preciso sobre sua rentabilidade, mas diz-se no mercado que a empresa não tem se mostrado rentável. Este ano, a Webjet tinha plano de abrir capital e, assim, captar recursos. Mas os planos não foram à frente. Por que, então, a Gol teria interesse em comprá-la?
O maior ativo da Webjet são seus slots (direito de pouso e decolagem). Em aeroportos lotados como Congonhas (SP), Guarulhos (SP), Santos Dumont (RJ) e Confins (MG) é praticamente impossível conseguir novas autorizações de pouso e decolagem. Com a compra da Webjet, a Gol não diversifica sua malha, pois as duas empresas voam para as mesmas cidades. Mas consegue voar mais vezes para os principais destinos.
"Hoje em dia, um slot num aeroporto como Congonhas não tem preço", diz uma fonte com conhecimento das negociações.
Com a compra da Webjet, a Gol também avança no mercado doméstico, encostando na TAM. Em maio, Gol e Webjet juntas tiveram 40,55% do mercado doméstico. A TAM manteve a liderança com 44, 43%. Além disso, evita a entrada de uma concorrente estrangeira no Brasil. Com a possível ampliação de capital estrangeiro nas áreas de 20% para 49%, como prevê projeto de lei em tramitação no Congresso, a Webjet era dada como um alvo certo. O próprio Guilherme Paulus, dono da GJP Participações, holding que controla a Webjet, já admitiu interesse em vender a companhia a estrangeiras, como a irlandesa Ryanair.
"Vejo nesse movimento da Gol um movimento defensivo. Se o projeto for aprovado no Congresso, a Webjet poderia ser vendida e se tornar uma concorrente de maior peso no país", avalia Respício Espírito Santo, professor de transporte aéreo da UFRJ.

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